A sua equipe treina? Qual é a dinâmica usada? Quanto tempo demorou para ficar “chato”?
Por vezes é chato ficar treinando basquete. Uso 5-6 horas na semana treinando para jogar 10-15mins em 1-2 jogos por mês. E ainda acho que treino pouco.
E aí?
Vão ter pouquíssimas pessoas que você vai conhecer que não precisam treinar, mas elas são exceções. No esporte ouvi frases do Romário (futebol) e Allen Iverson (basquete). E deu.
De resto, todo mundo que eu conheço treina e experimenta, aprende, desaprende e se entende.
Muita gente que eu converso se esquece de adicionar no dia a dia do trabalho espaço para treinar. E estou ainda falando do seu trabalho. Quando que você treina o que você faz?
Eu tenho a necessidade de escrever no trabalho. Você pratica escrita? Você lê sobre escrita? Formas de expressão? Tudo se conecta.
O mesmo funciona se você quer desenvolver software. Você precisa adicionar espaço para treinar, para melhorar. E isso é diferente do que trabalhar 6-8 horas em um determinado sistema.
Hoje trabalho para que existam momentos dentro da carga semanal de trabalho que permita aprendizado e consciência. E você pode escolher ir além.
Em 1999 tinha um objetivo de melhorar em uma determinada linguagem de programação e durante aquele ano eu tinha uma rotina de prática cansativa, pois depois do trabalho de dia e faculdade pela noite eu ainda adicionava 2 horas de estudos de programação diárias, lendo e praticando programação. Explorava conhecimento, exemplos e participava de listas de discussão respondendo perguntas. Eu fui achando formas diferentes de explorar o aprendizado e criar momentos de prática. No ano seguinte comecei a escrever artigos técnicos para revistas, como forma também de aprender.
E em todas situações de treino que me coloco, vejo que aprendo muito quando estou conseguindo também ensinar de alguma forma. No basquete ajudando quem está comigo a melhorar, no código pareando e criando discussões e revisões sobre conceitos e ferramentas. Na escrita muito mais ajudando as pessoas na sua forma de expressão, independente de qual seja. Quando eu escrevo me expresso e a minha escrita se torna leitura de alguém que depois vai escrever sobre o que está quente por lá.
Vira um processo, uma jornada. Treinar me lembra do agora e do ato de fazer.
Acho que é isso que me chama e me mantém presente.
— Daniel Wildt